12 de set. de 2016

Desculpe o transtorno, preciso falar do Gregório




            Não nos conhecemos assim, fora tudo invenção. O que ele escreve é romântico, é poético, cita vários cantores cult, lugares cult, cidades clichê. Escreve como um poeta de tumblr, descreve imagens como ninguém. Atinge seu maior objetivo, que são compartilhamentos no facebook. Um garoto pinterest, daqueles que a gente gosta de olhar, ler, e ficar dando scroll abaixo, infinitamente, porque ele é fofo, escreve coisas fofas e fala bem da ex dele (num mundo de raiva e de #ForaTemer). Incrível, não é? Não, gente, para.

            Um Dante, um Vinícius de Moraes, um Poeta, um Pensador, um Crítico. E além do mais, ele é
carioca. Ele é a modinha nos novos, o hater dos velhos. Escreve livros, é ator do Porta do Fundos, era ator já, antes disso. Escreve na Folha e critica o próprio jornal – e o jornal continua publicando suas crônicas de costume. Um José de Alencar dos anos 2000 e pouco, ou um Joaquim Manoel de Macedo e sua "A Moreninha". O fato é, não é novo, não é revolucionário, não é diferentão. É engraçado, às vezes, mas está ficando enjoativo, sempre. E estão compartilhando como se realmente estivesse falando toda a verdade. Não o culpo, o problema não é ele. São as interpretações. Ou a falta DE.


            Mas OK, as pessoas precisam acreditar que há essa coisa bonita aí, essa coisa toda que ele falou dela. Mas e ela? Ela gostou disso? Ela foi avisada de tudo isso? A história pode ter sido inventada, mas a mocinha existe. E não seria legal se todo mundo achasse fofo o que ele escreveu e ela não gostasse nem um pouco. Migo, não se promova às escuras. Nem à Clarice. Já sabemos de seu filme. Isso foi um marketing.



K.F.
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