24 de mar. de 2015

Mais uma vez o machismo na mídia - agora embalado em frasco de esmalte


#Pôlemica

Era uma vez uma marca de esmaltes que fez uma propaganda tentando agradar as mulheres e se deu mal...

Para quem ainda não está sabendo, uma certa marca achou, por algum motivo, que nomes de homens fazendo algum tipo de atividade doméstica fosse uma ótima ideia para colocar num vidrinho de esmalte.

AUHUHAUHAUHAUAHUHAUHAUHAUHAUHA véi, na boa.

É tipo "meu herói dos anos 50", "meu deus ele fez a janta", "nossa ele fez um nada em casa e merece toda a atenção do universo, até ter seu nome lembrado num vidrinho de esmalte"

Ah, me poupe.

O pior é que com certeza isso passou por aprovação de várias mulheres. Gente, ano 2015, só tá faltando a gente usar roupas prateadas!

Vou colocar uns trechos da revista Caros Amigos, que publicou uma nota SENSACIONAL!

"Mas no fantástico mundo das marcas e da propaganda isso deve fazer algum sentido. Estamos falando de empresas que ofendem e tratam como idiotas metade da população – um universo grande de pessoas que poderiam comprar seus produtos. Tem lógica mais tonta que essa?
Só não faz menos sentido do que o fato de várias empresas, de mercados completamente diferentes, estarem investindo um bocado de dinheiro em comunicação para promover a mesma coisa. Porque os exemplos que citei no início do texto não são propagandas para vender cerveja, sopa instantânea ou esmalte. São propagandas para vender machismo.
Talvez porque os produtos anunciados sejam tão ruins e/ou o repertório criativo dos publicitários envolvidos seja tão fraco que precisem recorrer a um sistema já consolidado, que possui seu próprio repertório de clichês, estereótipos e piadas ofensivas, para tentar causar alguma reação nas pessoas baseando-se no fato de que o machismo é a mentalidade padrão da sociedade.
É desespero que leva uma marca a anunciar usando esse recurso. É desespero, falta de conhecimento do público, uma vergonhosa falta de contato com a realidade e todo mundo está vendo. Parem que está feio.
Porque cada vez menos essa estratégia gera identificação com a marca e cada vez mais gera insatisfação, repulsa e chacota nas redes sociais.
Nós mulheres não somos idiotas. Somos capazes de entender quando um anúncio nos coloca em um papel de inferioridade que deveria ter ficado nos anos 50, junto com toda a publicidade machista.
Então não adianta criarem mais e mais anúncios para venderem essa porcaria. Podem mudar a embalagem, podem disfarçar o nome, podem contar a história que quiserem; esse machismo que vocês estão vendendo – tentando empurrar garganta abaixo, na verdade – já saiu de moda há algum tempo."

O texto foi extraído da revista Caros Amigos.
 Aline Valek é blogueira do Escritório Feminista
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